quarta-feira, 27 de abril de 2011

A minha história aqui...


... junto a outras histórias de quem passou pelo pesadelo da perda gestacional.

Querida Manu, muito obrigado pelo apoio e por nos dares voz.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Para os meus bebés...

Minha queridas Beatriz e Leonor,

Hoje falo-vos do coração.

Beatriz, minha primeira menina, meu anjo, minha estrela. Contigo conheci a mais profunda das dores, porque te perdi. Mas foi contigo que aprendi que existe um amor maior. Sempre te disse isto, e repito-o agora: não te conheci, não te vi, não te senti, não te tive nos meus braços, mas amei-te e amo-te agora e sempre. Ainda te sinto comigo, aqui. De vez em quando sinto o cheiro de canela no ar e sei que és tu. Da mesma maneira que sei que foste tu que me trouxe a Leonor. E os comentários que ouvi na altura, não me atingem mais. Não foi imaginação, tu exististe... por breves instantes, tu foste real. A minha primeira menina...

Leonor, minha bebé, meu sonho realizado. És o anjo que desejei depois da partida da tua irmã. Desculpa se não vivi a gravidez como deveria, mas eu tinha tanto medo. Não me permiti sonhar demasiado alto, por puro terror de te perder. Mas cada movimento teu, cada pontapé, cada imagem tua nas ecografias, o som do bater do teu coração... todos estes momentos estão gravados na minha memória. As músicas que te cantei, as palavras que te disse, enquanto estavas aqui dentro de mim. Eu disse-te, não foi? Eu disse-te que tinha tanto, mas tanto medo... Eu contei-te histórias da tua estrelinha, daquela que partiu demasiado cedo e que agora te protege. E depois de 9 meses, a conquista! Tu nos meus braços. Eu ali a dizer-te "Bem vinda, bebé" sem saber bem o que fazer com tanta felicidade.

Beatriz e Leonor, nunca me imaginei assim... mãe de dois anjos... um entre as estrelas e outro nos meus braços... queria que estivessem as duas aqui, mas não foi possível. A vida depois de vocês nunca mais foi igual. Agora o coração que bate aqui dentro, já não me pertence. É vosso. Amo-vos assim, incondicionalmente, sem medida, sem limites. Amo-vos e é para sempre.

Mãe

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Amor é...

... ficar a olhar para os brinquedos dela espalhados (ainda) pela sala e não os arrumar. Porque assim parece que ela está aqui, no meio do seu caos adorável, e não longe de mim...

Ai que nunca mais chega amanhã, para eu poder enchê-la de mimos...

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Instantâneos dela - Parte V

Comentário dela ontem, ao ver o (ainda) primeiro-ministro na TV a assumir o pedido de ajuda ao FMI:

- Mamã! Mamã! Olha tá a dar o palhaço na televisão!

E assim concluo que ela tem a certeza absoluta que, afinal, o maior circo de Portugal não é o Chen ou o Cardinali. Não, o maior circo de Portugal está em São Bento...



terça-feira, 5 de abril de 2011

Instantâneos dela - Parte IV

Depois de ter mandado ao chão os lápis de cor.
- Mãe! Apanha lá aquele lápis! (grita-me ela, da sala)
- Leonor, apanha tu. Eu estou a tratar do jantar. (respondo-lhe eu, da cozinha)
- Mas, mãe... Não são só os pequeninos que apanham as coisas do chão. Os adultos também têm de apanhar as coisas, ouviste?

E aqui tive a primeira amostra de sentido de classe social. Será que tenho uma política na forja?

A Teoria da Evolução das Espécies...

... decididamente não se aplica às mães. Porque se assim fosse, não teríamos só 2 mãos.